Não sei como fechar minha torneira.
Confesso, já fiz tudo o que podia
mas toda a paz que finjo ter de dia
dilui-se à noite ao som dessa goteira.
Em cada “ploc” eu vejo a face nua,
despida do que havia mascarado
–um crime cometido ou um pecado
e, assim, o meu pesar se perpetua.
Um pingo d’água (coisa tão pequena!)
destrói minha razão, anula a crença,
me faz abrir os olhos. Me condena.
Não posso mais forjar indiferença:
a culpa é, em si mesma, a própria pena
e assina, em cada gota, uma sentença.
Vemos aí um grande sonetista! Parabéns, André! Os seus sonetos são de extrema sensibilidade e bom gosto. Deixo aqui a minha congratulação.
ResponderExcluirPS: Sou amigo da Giulia e enquanto visitada o blog dela, vi o seu relacionado.
Abraço fraterno.