domingo, 14 de agosto de 2011

Telesoneto


O mal não tem dinheiro, mas trabalha.
Tem voz mas não tem face - coisa irônica!
Enquanto a gente chora ele gargalha,
polindo o vil crachá da telefonica.
Pastamos em seu vasto latifúndio
a um passo do suicídio. Ruminando
os verbos conjugados no gerúndio
(perdoem-me os Arlindos e os Fernandos).

- Senhor, o protocolo não condiz.
Assim o atendimento não caminha...
- Mas eu nem anotei, seu infeliz!

Pois bem, nosso pudor se desalinha,
e quando a gente se encoraja e diz:
“seu filho de uma... ” putz, cai a linha.

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